Desencarnes coletivos e a tragédia em Santa Maria
A tragédia
em Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul, ocorrida neste final de semana
comove o Brasil inteiro e convida as autoridades públicas a tomarem medidas
práticas e racionais para evitar novas incidências e garantir assim o livre
direito de as pessoas usufruírem de locais públicos com segurança.
Além da dor
dos familiares e amigos das mais de 230 vítimas do incêndio na danceteria KISS,
especula-se naturalmente quanto ao fatídico "destino" de cada um dos
envolvidos. Por quê? Por que fulano e sicrano estavam lá e beltrano não? Que
força os atraiu para lá àquela noite? Por que Deus permitiu acontecer isso?
É verdade
que muitos farão essas perguntas mais por exclamação, de revolta ou desabafo,
do que mesmo por interesse na resposta.
Contudo, é
provável que em meio a essas indagações, consciências se iluminem a ponto de
irem buscar explicações espirituais para tal calamidade. E para isso, nenhuma
filosofia pode ser mais esclarecedora e ao mesmo tempo consoladora do que a
Doutrina Espírita. Neste caso, a começar por "O
LIVRO DOS ESPÍRITOS" (ver especialmente o capítulo
"Da Lei de Destruição"), de Allan Kardec, a literatura espírita não
dá pistas do que pode ter sucedido com o caso de Santa Maria, conforme os
planos espirituais.
A arte
espírita também se manifesta positivamente sobre flagelos similares. Por
exemplo, em face da tragédia do Edifício Joelma, incendiado em 1 de fevereiro
de 1974, na capital paulista, o Espírito Cyro Costa, através do médium
Francisco Cândido Xavier, poetizou dor e esperança em um soneto:
LUZ NAS ALMAS
Cyro Costa (Espírito)
Cyro Costa (Espírito)
Fogo!... Amplia-se a voz no assombro em que
se espalha.
Gritos, alterações... O tumulto domina.
No templo do progresso, em garbos de oficina,
O coração se agita, a vida se estraçalha.
Tanto fogo a luzir é mística fornalha
E a presença da dor reflete a lei divina.
Onde a fé se mantém, a prece descortina
O passado remoto em longínqua batalha...
Varrem com fogo e pranto as sombras de outras
eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos
idos.
Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a
escória...
Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das Milícias do Céu saudando os redimidos.
Outra entidade, Cornélio Pires,
igualmente pela psicofonia de Chico Xavier, também pôs em versos a repercussão
daquele horrendo acontecido (visto do plano terreno) e ao mesmo tempo abençoada
e renovadora passagem.
INCÊNDIO EM SÃO PAULO
Cornélio Pires (Espírito)
Céu de São Paulo... O dia recomeça...
O povo bom na rua lida e passa...
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.
A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa...
A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto...
Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto...
Aliás, a
tragédia de Santa Maria nos faz relembrar a tragédia do Edifício Joelma e, em
razão disso, convidamos todos a darem uma olhada na nossa postagem"Chico e o enigma do Edifício Joelma".
Em todo
caso, todavia, é preciso muito cuidado, até por respeito aos envolvidos, quando
na especulação sobre esse ou aquele caso. Há eventos generalizados e há casos
particulares. Segundo Chico Xavier, as vítimas do incêndio em São Paulo eram,
em geral, entidades que estavam ali resgatando as atrocidades que cometeram nas
campanhas das Cruzadas católicas, na Idade Média, quando então esses Espíritos
estavam encarnaram como soldados e cruelmente abusaram da autoridade,
incendiando e matando crianças e mulheres indefesas. Chico transmitiu o que
ouviu do plano espiritual e, portanto, o fez com embasamento. Agora, porém, não
nos cabe simplesmente cogitar possíveis expiações para a trágica morte desse ou
daquele indivíduo, até porque as tragédias não se dão apenas por expiação, mas
também por provas, em que Espíritos missionários voluntariamente se ofertam
para tais eventos a fim de darem exemplo concreto do valor de tudo isso, apesar
do horror que transmita à primeira vista. Do contrário, a rigor, teríamos que considerar
que Jesus tinha o que expiar no Calvário.
Em suma, que
a luz de Deus, retransmitida pelo Espiritismo possam chegar aos corações
aflitos no entorno da tragédia em Santa Maria e acima de tudo,
independentemente de rótulos religiosos, façamos nossas orações para um
reconfortador despertar espiritual para todos os desencarnados nessa tragédia,
confiantes no auxílio fraterno que as colônias espirituais prestam com especial
atenção em eventos dessa natureza, em nome do Mestre Jesus.
FONTE: http://espiritismoemmovimento.blogspot.com.br/2013/01/desencarnes-coletivos-e-tragedia-em.html
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